“Mostra de Sopas” na Escola Básica de Vilarinho do Bairro
Dizem que “boca calada faz boa sopa”, mas vou ter que a abrir para falar desta atividade que, por constar no cardápio das realizações da nossa escola desde o ano de 2007, se fez prato anual no mês de outubro associado ao “Dia Mundial da Alimentação”.
E quem disse que “palavras não engordam sopas”? As seguintes servem como fonte primária e aqui ficam registadas:
Mentora, Professora Alexandra Gonçalves, Coordenadora nesses anos idos do Projeto Educação para a Saúde (PES). Dela surgiu a inspiradora ideia de sensibilizar a comunidade educativa para os problemas alimentares que cada vez afetam mais a sociedade, no incentivo ao consumo de sopa como dieta do dia a dia, recuperando o seu uso nos hábitos alimentares das famílias e, assim, envolvendo Mães e Avós neste projeto tão saudável. E foi ver chegar, cada vez em maior número, ao longo das 13 edições, as encarregadas de educação empenhadas em colaborar, no contributo de uma sopa (por vezes mais) para a turma do seu educando.
Mesas corridas ao longo do átrio: cada espaço uma turma, adultos e jovens em harmonia e as panelas, identificadas com o nome de cada sopa, defronte de quem a confecionou, esvaziando-se na curiosidade da prova, pois assim os comensais o iam exigindo. Este período de almoço, das 12h30 às 14h30 muito concorrido em todas as edições! Os da casa, convidados e público em geral.
De natureza variada, “a cada boca uma sopa”, houve de tudo. As ditas vulgares: legumes, peixe, feijão, canja, caldo verde... as de nome próprio: à Lavrador, da Avozinha, da Guerra, do Papá, da Carolina, Fiel Amigo... as exóticas: “kenji”, “scorba”, “hamud”, “caliente mexicana”, “miso”, de “rês”... as que recuperaram sabores perdidos: castanha, urtigas, funcho, beldroegas... das disciplinas: “cúbica”, “afetos”, “Bibliosopa”, “fruta”... e muitas, muitas outras na memória de serem excelentes!
Este mui aliciante projeto foi enriquecido com o trabalho colaborativo de vários professores e funcionários que trataram da logística das diferentes “Mostras”, da decoração do espaço com motivos alusivos à temática, da ideia e confeção das diferentes ofertas ao longo dos anos: aventais, pegas, barretes de cozinheiro, crachás, etc., mesas expositivas com livros, fotografias, receitas, folhetos, desdobráveis, marcadores, objetos e utensílios associados às diferentes regiões e países. Foi este o contributo da Biblioteca Escolar sem esquecer os papéis e figurinos assumidos pela Professora Bibliotecária: chinesa, mexicana, bairradina, jordana, japonesa...
Como a necessidade aguça o engenho em épocas difíceis, as nossas avós no governo de famílias numerosas, aprenderam a utilizar o que a horta e o campo lhes forneciam em abundância: os ingredientes para uma rica e substancial sopa, a dita “tranca do estômago”, muitas vezes prato único de uma refeição.
“Mostra de Sopas”- sequenciais 13 edições, somente interrompidas em 2020 e 2021. A pandemia assim obrigou.
Noémia Mª Machado Lopes (Professora Bibliotecária na EBVB)
08 de Outubro de 2021
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