Verdade seja dita, mas sopas variadas,
deliciosas, completas, ricas, portuguesas, exóticas são as apresentadas nas
“mostras de sopas” da Escola Básica nº 2
de Vilarinho do Bairro. Este ano completou-se
a nona edição que contou, como é habitual, com a colaboração sempre prestável dos
encarregados de educação, dos alunos do Ensino Especial, do Professor João
Joaquim, do Rancho Folclórico da Casa do Povo e claro, da nossa Biblioteca!
Integrado no Projeto Educação para a Saúde e
no Projeto Sopa.come esta atividade procura incutir nos jovens o hábito
saudável de comer sopa diariamente, assim como a redução de sal na mesma
visando a prevenção de doenças cardiovasculares.
“Sabores
da História – cozinha muçulmana” foi a
temática da Biblioteca, tendo sido confecionado uma sopa muito comum na
Jordânia Scorba hummus wa ful /sopa
de grão e favas. Apreciada pela sua textura e sabor, a prova foi a panela ter
ficado vazia em pouco tempo!
Na mesa expositiva, a Professora
Bibliotecária apresentou alguns objetos ligados à cozinha árabe devidamente
identificados: almofariz, alguidar, almotolia, tajine, tabuleiro, bule, cantil em
cobre e latão, copo com chá de menta... e uma listagem com palavras árabes que
entraram no vocabulário gastronómico português. Os livros do receituário tradicional foram
gentilmente emprestados por várias Colegas da escola.
Produziu-se mais um folheto com alguma
informação pertinente, para além da receita da “bibliosopa” e hamud (sopa de galinha com limão).
Para rematar a refeição, na Biblioteca, um
cesto com fruta com o lema: “Requisita um livro e come uma peça de fruta!”
Assim se assinalou o “Dia Mundial da
Alimentação”!
Os
Árabes na Península Ibérica
A influência árabe na gastronomia portuguesa está patente
com particular incidência no Alentejo e no Algarve, regiões que integravam
Al-Andaluz. São muitos os termos de origem árabe para designar alimentos,
utensílios de cozinha e pratos cozinhados. A nossa doçaria popular e conventual
tem matriz muçulmana.
A cozinha do Al-Andaluz influenciou a cozinha portuguesa,
chegando aos nossos dias com traços e sabores bem caraterísticos da permanência
dos muçulmanos em território peninsular, cerca de 800 anos: escabeche,
ensopados, almôndegas, açordas (migas), arroz doce, aletria, frutos secos, mel,
queijadas, maçapão (pasta de amêndoa), ervas de cheiro e especiarias (coentros,
hortelã, orégãos, canela, pimenta, cominhos, açafrão...).
Novas culturas foram introduzidas: alface, alfarroba,
abóbora, alcachofra, azeite, laranja, tremoço, limão, tendo-se desenvolvido
graças à introdução de novas técnicas agrícolas, como a azenha, a nora e o
açude.
Noémia M. Lopes (Professora Bibliotecária)
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